Novo ano, novas provas e obstáculos. Assim é a cada ciclo que se apresenta em nossas vidas, e nada melhor do que um tempo de pausa para oxigenar as ideias e ampliar os horizontes.

Se você ainda não leu o post “Como você entregou 2018 e o que pode ser melhor em 2019?”, recomendo fazê-lo. Compartilhei um exercício prático para mapear suas conquistas e derrotas e, a partir dessa compreensão, poder desenhar o planejamento de 2019. Acredito que só dessa forma, conectado consigo mesmo, observando e sentindo os passos que deu, deixando morrer as ilusões que te impedem de encarar a realidade, será possível traçar metas reais e ganhar mais repertório para lidar com imprevistos e frustrações.

A intenção é traçar o caminho de onde se quer chegar ao longo dos próximos 12 meses (em meu exercício divido o ano em duas metades para trazer ainda mais clareza). Porém, sabemos que nem sempre o que vai no papel é o que se consegue de fato. A vida apresenta suas surpresas, nossos anseios são sempre testados e o resultado final pode se mostrar alheio as nossas vontades. Ainda assim, acredito que nossas atitudes diárias, nossa capacidade de estar presentes e conectados com nosso propósito, são altamente decisivas no balanço geral.

No hipismo, antes de saltarmos uma prova, fazemos o reconhecimento da pista. Percorremos todo o percurso a pé imaginando como será saltá-lo com o cavalo. São em média 12 obstáculos, alguns mais simples e outros mais complexos. Nesse reconhecimento já consigo prever em quais teremos mais ou menos dificuldade, onde poderemos ganhar tempo, em que momento precisarei ser mais atuante e quando poderei fluir mais, deixando a pista menos tensa. Não posso estar distraída, mas posso estar mais leve, entregue a esse bailado.

A chave é estar presente o tempo todo. Conectada comigo, com o cavalo e com a pista. Saltando cada obstáculo com a minha atenção voltada exclusivamente para aquele momento, para só então, olhar o próximo salto a dar. Uma passada de cada vez, sabendo que minha meta é chegar no último de forma harmônica, equilibrando o tempo e a impecabilidade.

Quando perco minha presença, cometo faltas desnecessárias. Quando salto o obstáculo dois com a cabeça preocupada com a dificuldade do obstáculo cinco, deixo de conseguir uma boa performance naquele que seria, teoricamente, um salto simples de ser executado. Quando deixo de estar presente crio um futuro diferente do que gostaria.

Planejar para mim é um exercício contínuo de atenção e conexão. É como dançar a música no ritmo certo, aprendendo a ter jogo de cintura a cada novo compasso. Exige experiência e humildade para cair e levantar; coragem para admitir suas falhas e tentar de novo, fazer diferente; maturidade para lidar com intempéries e imprevistos e ainda sim, saber celebrar suas pequenas vitórias. Que o seu percurso possa desafiá-lo para que você se supere e possa ir além.

Feliz ano novo!

Flávia de Oliveira Ramos
Amazona de si